O Visconde de Salreu

Domingos Joaquim da Silva nasceu a 27 de Novembro de 1854 em Salreu.

O seu pai era moleiro e a sua mãe dona de casa e teve como padrinho o Dr. Domingos Manuel Esteves Pires, da Casa da Póvoa. Aquele que iria ser o Visconde de Salreu, não sabia ler, apenas desenhava o seu nome. Foi serrador, e depois emigrou, com apenas 16 anos, para o Brasil e por lá se dedicou ao negócio de madeiras, fazendo uma das maiores fortunas do país, com uma empresa de serração que viria a ser "A maior empresa do ramo na América do Sul". No entanto, a vida de Domingos Joaquim da Silva ia sendo dura, e chegou mesmo a deixar de fumar para juntar mais algum dinheiro. Como emigrante que foi, não era estranho à sua sensibilidade o sofrimento dos seus patrícios, que emigraram com uma enorme determinação de vencer, e que normalmente regressavam às suas terras de origem, e que os que ficavam eram destinados aos trabalhos de escravos, pela única razão de não terem frequentado a escola na sua terra, acabando a sua vida no maior sofrimento, humilhação e miséria. Esta teria sido, entre outras, uma das razões que levou Domingos da Silva a direcionar toda a sua atenção pela instrução, mandando assim construir a Escola Primária nas Laceiras. Tal facto mereceu-lhe a atribuição do Título de Visconde de Salreu (Para uma Vida) pelo Rei D. Carlos I. É já como Visconde que faz surgir a Escola Primária da Senhora do Monte. Fez também várias diligências para que o povo de Salreu tivesse um apeadeiro da CP. Para que não tivessem que se deslocar a Estarreja ou a Canelas. Construiu o grande Hospital dotado de toda a aparelhagem cirúrgica necessária ao funcionamento imediato, e o asilo. A construção do Hospital começou precisamente no ano da sua morte, estando a acta da doação datada de 13 de Março de 1936. Viria a falecer a 11 de Setembro de 1936 em S. João do Estoril.